quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não, isso não é uma poesia porque eu não sei fazer

Não tem jeito,
Passou-se o tempo e a paixão ainda não gastou.
Era quinta feira e a chuva que caia não era comum na cidade do sol.
Era quinta feira e ele culpava os meus cílios pelas suas desgraças.



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

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Era terça feira, segundo dia da semana e quarto do novo ano, o sol em Fortaleza continuava o mesmo, valente, cabra macho, amarelíssimo!
Nos sobressaltos do ônibus, ele sentou-se ao meu lado na curva da 13 de Maio. 04 de janeiro e ele cantarolava uma música da Lady Gaga desviando minha atenção do livro da Lygia para suas perninhas. Perdido nas palavras do livro, perdido nos pelos em seus shorts curtos, embaralhava as contagens tendo que recomeçar mil vezes confundindo-o com meus amores antigos, rezando-o como uma futura paixão de beijos inertes, poemas gastos, noites viradas e ossos. Ossos porque era assim que eu gostava.
Teimei no livro que falava sobre formigas, mas as frases que se estendiam na minha frente contavam agora outra história.

A de um rapaz de shorts curtos que cantarolava Lady Gaga ao meu lado dentro do 044. Ele iria me ligar na quarta feira, no mesmo dia da matrícula do semestre, iria me ligar e desligar avexado quando ouvisse meu "alô" de pura espera. Ou eu retornaria a ligação até cair no vácuo sem fim dos mistérios da OI sem bônus porque eu não tenho sorte com esses meninos magros. Ele seria libriano e eu nada saberia sobre esse signo de demônio a não ser que eles não gostam de segundos lugares e de pessoas suadas. Mas ele saberia sobre mim, ele diria cheio de luz e destribuindo coroas de espinhos que eu tenho uma habilidade de touro de sobreviver a morte das coisas e de ser grande em meio a tecidos e micharias.

Quando ele desceu, perto da Igreja de Fátima, já não queria meu bad romance.

Levantei a vista meio turva e acompanhei seu rebolado de sino, tentei adivinhar pelas roupas para onde ele iria ou de onde viria. Imaginei praias, desertos, telemarketing, sexo marcado.

Desisti e segui viagem, como as formigas do livro que são sozinhas mesmo em bando.