quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Para Isabelle
Saudades prematuras.

Eu não sabia que as pérolas tinham cheiro e que os cabelos poderiam ser furacões loucos cheios de laranjeiras.
Eu não sabia que Iracema era na verdade pernambucana e que tinha na voz as delícias do descobrimento do Brasil.
Eu não sabia que alguém poderia parar o trânsito com um passo e mover o mundo com um rebolado, eu não sabia que as sereias poderiam sambar em terra firme e que uma passarinha poderia ter mais força que um leão.
Eu não sabia que as vidas passadas poderiam se enroscar com a atual existência e nem que as bruxas poderiam se parecer com as princesas encantadas.
Eu não sabia, mas ela me ensinou.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Foi o bastante.
Foi o bastante para eu ser outro e não aquele que você deixou.
Cheio de aliterações e assonâncias no chão da cozinha americana.
Eram duas da tarde, haviam roupas no varal e o cachorro haveria de ser sacrificado.
Foi tão inútil te prometer pássaros, jóias e guindastes.
Foi tão inútil pensar decadências, impérios, declínios e desastres.



O natal se apróxima, penso em te ligar, mas nós sabemos que não somos bom nisso.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O beijo entre entre eles era tipo papel e lápis.
Eu já disse isso outra vez?
Pois repito... e iam conhecendo palavras novas dentro do beijo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Por ruas tão distantes na cidade solar
Eu escuto sua cintura como um sino badalar
Que nunca mais
Que nunca mais

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Guardo um pássaro no peito.
Como o beijo supersecreto que ela não deu.


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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Two Blue

Eu sinto sua falta
Uma dilaceração fina no meu peito se deixa mostrar na voz
Eu realmente sinto
E escorre um rio de beijos nunca dados
Sou alegre nos dias pares
Quando canto These days it comes it comes it comes it comes it comes and goes
E apenas vejo o tempo passar e faço a cama com aquela colcha de retalhos que tanto te falei
É linda e cheirosa
Eu quero voltar a brincar com os seus cílios
Por favor, volta e vem deitar na colcha que tanto te falei
É linda
E é cheirosa




Elias, obrigado pela parceria.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De todas as coisas que viu,
entendeu algumas e comeu as outras.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


O avistou de longe como um marinheiro em tempestade avista um farol, girou o leme naquela direcao e o coracao como ondas severas batendo no peito "splash, splash".
A sua embarcacao era pequena e fragil e o homem desconhecia aquele sentimento.
O de ter que seguir em frente somente para seguir em frente. Ele nao sabia o que encontraria depois que estivesse a salvo.
E se as outras, as horas do farol fossem ainda mais intranquilas e perigosas?

Ele nao saberia ate chegar la, continuou...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Se aqui no sertão passassem as estações
Já teria uma primavera que não te vejo

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Jogou meu jogo
Ganhou
E me deixou

terça-feira, 6 de julho de 2010

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Eu pronuncio teus olhos a tarde inteira

Enquanto vc eh só cotidiano



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terça-feira, 18 de maio de 2010

A marcha insana.
Dos unicórnios bêbados
Por dentro dos meus olhos
Quando não te vejo

terça-feira, 11 de maio de 2010


Não será catisgado, só hoje não será castigado.
Porque a nudez é mais da alma.
Caminhou ponteiros e não tinha tamarindos no pinél.
Ficou louco.
Usou roupas pra te encontrar, e ainda estavam molhadas
Elas esperam por um sol tão quente e ele não sabe se você vem.
Pedoa a poesia.
Mas hoje não haverá castigo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quando se sente um afeto muito grande por alguém que não é da sua familia, alguém que você simplesmente escolhe para amar, sem que seja preciso que um fato social imponha isso, você tem medo que qualquer vento mais forte leve essa pessoa, não que eu seja um medroso, pois fora isso e dormir sozinho na minha casa, não tenho medo de mais nada.
Ai você sente uma vontade quase infantil de agarrar a tal pessoa e ficar modelando, segurando, tendo certezas. As vezes, dizem, que aparece uma vontade de Alice de por a criatura no bolso e carrega-la minúscula e enorme para todos os lugares. Por medo e cuidado. Nesse época do ano, onde caem as chuvas de março, essa vontade aumenta, assim como os ventos, e até raios riscam o céu (ontem mesmo foram 15 em Fortaleza) e não há outra solução senão ceder ao consciente dos desejos, vontades e paixões íntimas do individuo (no caso eu - ou você).
Outro aspecto que me chama atenção é um esquecimento que acontece, esquece-se palavras, silabas, frases, livros inteiros de uma hora pra outra, há um interregno romantico entre antes e depois da pessoa (querida) aparecer, se incluir e acabar transformada no seu poster, na parede do seu quarto ainda e para sempre adolescente. E adulto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Escorrego escuro, a boca cheia da salíva da vontade,
que a boca é quase cruel quando é faminta.
Tem a fome do bicho que acaba de nascer.
Que tem medo de tudo, menos dessa fome.
Desajeitado e medroso, o coração, que se fosse cheio de abelhas estaria mais tranquilo que agora.

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Acho que hoje eu não durmo, mas não se preocupe, "pensando em você não é bem o termo".