domingo, 2 de agosto de 2009

Um poema sobre abacaxis.

Domingo é mesmo um dia difícil.
Viúva sente saudade do marido e
quem ainda não casou acha que não casa nunca.
Há um tédio furta cor que cutuca os ossos
que nem samba antigo.
É de choro.
A gente lembra das viagens feitas, das que não
podemos fazer tão cedo e de quem já viajou pra sempre.
Cachorro late na rua e a gente treme e acha que é lobo.
É de medo.
A pressão cai.
Nunca vi gente nascendo num domingo
mas pra compensar, ja vi morrendo.
É dorido.
Quando se é criança domingo é dia de cortar o cabelo,
quem namora, é dia de despedida.
Até a lua demora pouco no céu.
E Deus vai dormir e esquece da gente.
É de fim.

Um comentário:

  1. "A gente lembra das viagens feitas, das que não/
    podemos fazer tão cedo e de quem já viajou pra sempre" Queria ter escrito estes dois versos. Estou seguindo seu blog.

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